quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Expor à direita

Considerando o processo fotográfico e a sua evolução.
 
Na última década o processo fotográfico, identificado como “workflow”, sofreu uma grande evolução para patamares de controlo impensáveis, até então. Do planeamento ao processamento, da publicação à impressão. Todas as partes do processo evoluíram, com instrumentos e conhecimentos, que nos facilitam todas as fases do processo. Neste texto vou referir a fase da captação de imagem, como esta pode ser feita de modo a obter os melhores resultados possíveis.

Uma das fases do processo que bastante contribuiu para esta evolução, foi a captação do próprio ficheiro. Antigamente o ficheiro era captado com a preocupação de ficar bem exposto, para isso tiravam-se várias exposições para garantir que cena era captada da melhor forma. Este método pouco flexível dificultava a interpretação = impressão. Passar o “momento visualizado”, para o papel é ainda uma tarefa muito difícil, só após muitos anos é possível dominar o processo com precisão.

A câmara e o nosso cérebro vêem de maneira distintas. A câmara ajusta o valor de exposição perante toda a cena. O nosso olho só consegue visualizar um fracção da imagem de cada vez adaptando-se a sua luminosidade constantemente. Entender esta diferenciação é essencial, para percebermos o limites da câmara em relação ao nosso cérebro.

O histograma é uma das ferramentas que mais nos pode ajudar. Os histogramas são normalmente divididos por cinco fases de informação. Em alguns modelos de máquinas esta divisão não é visível, de qualquer modo não será difícil imaginar uma divisão em cinco partes do histograma. Aqui é necessário ter em mente a quantidade de informação retida no histograma em cada uma dessas fases. 

 Histograma correctamente exposto à direita

Do lado esquerdo para o direito, portanto do lado escuro para o claro, os cinco níveis de informações estão assim estipulados em megabytes.  128, 256, 512, 1024, 2048. Expor à direita é no fundo captar o ficheiro com o maior número de bytes possível. De referir que uma imagem captada nas quatro divisões mais escuras (128 + 256 + 512 + 1024 =1924) não capta tanta informação como um ficheiro captado somente na fase mais clara do histograma 2048.  Na realidade o importante é ter a noção que na hora de captar o ficheiro este terá que estar o mais encostado à direita, sem queimar as luzes altas. 
Posteriormente na fase de processamento será mais fácil a interpretação do momento. 

PS: Quando captado assim, a imagem ao ser visualizada no LCD câmara tem uma aparência sobre-exposta, o que é normal, mas é facilmente corrigida em qualquer editor de imagem. 

Marco Santos Marques
Lightscapes in Blog

2 comentários:

  1. Relativamente ao Post Scriptum, é verdade, porque a máquina não tem capacidade para ver o ficheiro RAW, só o JPEG (e este, perde bastante qualidade na sua auto-compressão). Daí se ver, de certa forma, a sobre-exposição e não vermos a verdadeira qualidade da nossa "captura".


    Abraço!

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  2. Não percebo porque dizes que a máquina não tem a capacidade de ver o RAW?

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